Armas de fogo na casa dos brasileiros: segurança ou risco?

Armas de fogo na casa dos brasileiros: segurança ou risco?

Segundo Instituto Sou da Paz, o registro de armas no Brasil quase triplicou entre 2019 e 2021

Gustavo Frutuoso

Com a justificativa de segurança pessoal, cada vez mais o cidadão brasileiro tem colocado em sua casa algum tipo de arma de fogo. Com a maior facilidade ao acesso, foram registradas 190 mil armas entre janeiro e novembro de 2021. Sendo a maior quantidade dos últimos 13 anos, é estimado que no Brasil já tenham 1,85 milhão de CACs (Colecionadores, Atiradores Esportivos e Caçadores).

Com um movimento crescente, e fomentado pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, a falsa sensação de segurança toma conta das casas brasileiras e, cada vez mais vemos exemplos trágicos do porte à arma de fogo.

Na última segunda-feira (11), uma criança morreu após encontrar a arma do pai e realizar os disparos na cozinha da família. Segundo o boletim de ocorrência, a mãe da criança contou à polícia que estava na sala assistindo televisão com o filho, enquanto o pai estava deitado no quarto com o irmão caçula. O menino teria ido até a cozinha pegar algo para comer, depois de alguns instantes, eles ouviram o barulho do disparo de arma de fogo.

Ocorrendo em Ferraz de Vasconcelos, o caso foi registrado no DP como homicídio e omissão de cautela. O pai do menino possuía o registro do CAC.

Em 2021, uma criança de 4 anos atirou na própria cabeça durante uma confraternização em Santo André, ABC Paulista. Ocorrendo na escola de samba Tradução de Ouro, a criança encontrou a arma em uma almofada e a disparou em seu rosto. Ao escutar o som do disparo, adultos foram a encontro da criança, que estava desacordada e rodeada por uma poça de sangue. O projétil da bala atravessou o crânio da criança.

Ainda em 2021, mais um óbito foi registrado em Santo André. Após uma briga de vizinhos, por conta de uma vaga na garagem, o atirador disparou várias vezes sob o carro que a criança e o pai estavam. A menina de 4 anos morreu após receber atendimento médico.

Em decorrência dos inúmeros crimes, existem pesquisas que apontam para o perigo de possuir porte de arma. Um estudo realizado no Espírito Santo, revela que 30% dos armamentos usados em crimes que foram apreendidos entre 2018 e 2019 possuíam registro no SINARM (Sistema Nacional de Armas da Polícia Federal).

Além disso, entre 2013 e 2018, 40% de armas registradas foram usadas em crimes nos estados de Goiás e São Paulo.

Outrossim, o Instituto Sou da Paz divulgou que o registro de armas no Brasil quase triplicou entre 2019 e 2021. Com 150 mil novos armamentos autorizados por ano, o número representa um aumento de 220% em relação ao triênio anterior.

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