O futebol te devia isso Messi

O futebol te devia isso Messi

Gustavo Frutuoso

A cada quatro anos a Copa do Mundo vem para marcar um ciclo, as pessoas e o mundo. A cada quatro anos, países param, ficam nervosos a cada jogo, choram e apenas um vai festejar e se lembrar do momento em que o seu capitão levantou a taça mais dourada da história. 

O futebol é capaz de mover montanhas, ou melhor, multidões para acompanhar 22 guerreiros se exporem ao limite para a conquista de uma vitória. Essa vitória, que estará estampada para sempre. 

O palco escolhido em 2022 foi o Qatar, um país tão emblemático por conta das situações de direitos humanos, que talvez os deuses do futebol mexeram seus pauzinhos para que essa Copa fosse a coroação de Lionel Messi. 

Ou melhor que os deuses, D10S, está lá do céu olhando para Messi em cada campo do país do oriente médio, desfilando toda a habilidade, que o mesmo quando criança olhava para Diego Armando Maradona fazer em la cancha representando o seu país. 

A morte de Maradona trouxe uma marca que ficará eterna no coração dos argentinos, na mesma consistência que os títulos mundiais, que o mesmo trouxe ao país. O futebol devia isso ao Messi, o futebol devia a eternidade a um gênio do futebol. 

Em sua quinta e última Copa, Léo carregava consigo o amor de toda uma nação, ele tinha cumprido o seu dever, depois de décadas sem títulos e uma aposentadoria precoce por conta dos fracassos. No palco mais sagrado do mundo, o Maracaña, Messi ergueu o seu primeiro troféu com a albiceleste, uma Copa América contra o seu maior rival, a Seleção Brasileira. 

Pelos estádios cataris, os barra brava cantavam a plenos pulmões o orgulho que sentiam de terem nascido na mesma terra que D10S e o ET. 

“Eu nasci na Argentina

terra de Diego e Lionel

dos garotos das Malvinas

que jamais esquecerei

Eu não posso explicar

porque você não vai entender

as finais que perdemos,

quantos anos as chorei

Mas isso acabou porque no Maracanã

Na final contra os “brazucas”

Nós voltamos a ganhar

Rapazes, agora voltamos a sonhar

Quero ganhar a terceira,

quero ser campeão do mundo.

E Diego, no céu podemos vê-lo,

com don Diego e com la Tota,

torcendo por Lionel”. 

Com todo esse enredo de filme, nada poderia impedir a coroação máxima do futebol. Nem Mbappé, craque francês que marcou três gols que levaram os argentinos do céu ao inferno nos 120 minutos de jogo. A sorte dos hermanos é que no gol tinha um santo, um santo chamado Dibu Martínez. 

Um goleiro alto, de personalidade, que pinta o cabelo e faz dancinha após defender um pênalti. Mais do que isso, de mãos e nesta final, de pés abençoados. Faltando 30 segundos para o final da prorrogação, Kolo Muani enfrentou o santo Dibu cara a cara, com um toque magistral, Martínez com seu pé direito defendeu a bola que confirmaria o terceiro título mundial para os franceses. 

Em cinco Copas do Mundo, jamais tinha se visto Messi mais argentino do que nesta edição. Vibrante, o camisa 10 disputava cada bola como se fosse o último momento de sua vida. Em alguns momentos, Lionel virava Diego, um demônio dentro das quatro linhas que driblava, marcava gols e acabava com os adversários.

Quando o futebol não era o foco, Messi dava carrinho, defendia seus companheiros e brigava, como aconteceu nas quartas contra a Holanda, quando pegou as dores de seu amigo, Di Maria, e brigou com o técnico Louis Van Gaal e chamou o atacante Weghorst de “Bobo”. 

No caso de seus companheiros, Lionel nunca encontrou um grupo tão disposto a morrer por ele. Se em anos anteriores Messi jogava por 10, nesta Copa existiam 25 jogadores dispostos a correr, defender e morrer pelo gênio argentino e seu país. Como soldados, quando marcham para as batalhas na guerra. 

O futebol te devia isso Messi, o futebol te devia uma Copa do Mundo. E nesse grande enredo que é a vida, o futebol te proporcionou uma vitória emocionante e eufórica. Don Diego está lá do céu com seu pai e sua mãe te olhando com os olhos emocionados, como todo o argentino e fã de seu futebol pelo mundo está nesse momento. 

O futebol te devia isso Messi, o futebol te devia a eternidade. 

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