Greve no Metrô e CPTM afeta trânsito e linhas de ônibus na capital
Texto: Matheus Godoy
Funcionários do Metrô e CPTM entraram em greve nesta terça-feira (03) contra mais privatizações no serviço de transporte sobre trilhos do estado de São Paulo – a ação também foi adotada pelos colaboradores da Sabesp, pelo mesmo motivo. O protesto impactou diretamente no cotidiano dos cidadãos que trafegam pela capital paulista.
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), durante a manhã foi registrado 593 km de congestionamento, quase o dobro de ontem, segunda-feira. O órgão fiscalizador informou também que a situação mais complicada estava na zona leste de São Paulo, seguido pela zona sul.
As linhas de ônibus também foram diretamente impactadas e a prefeitura da capital reforçou que 100% da frota estão nas ruas atendendo ao público. O executivo municipal informou que 12 mil coletivos estão rodando para dar vazão à população.
A prefeitura de São Paulo ainda suspenseu o rodízio de veículos nesta terça-feira, que seria destinado aos veículos com final de placa 3 e 4. Além disso, o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) concedeu ponto facultativo aos serviços públicos estaduais.
Em entrevista ao Bom Dia SP, da TV Globo, Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários SP, justificou a greve e afirmou que os trabalhadores querem um plebiscito.
“Nós estamos reivindicando a realização de um plebiscito oficial sobre os projetos de privatização do Metrô, da CPTM e da Sabesp. Todos os dias a população está sofrendo nas linhas privatizadas, todos os dias a população paulista chega atrasada no serviço, sofre com insegurança com trem descarrilando, com porta aberta”, destacou Camila Lisboa.
“Hoje São Paulo está parado para que tudo isso pare de acontecer. Porque se privatizar todas as linhas de ônibus e metrô, todos esses problemas que acontecem nas linhas 8 e 9 vão acontecer nas outras linhas. Então essa greve é de interesse social. Está em jogo aqui o transporte público, a segurança das pessoas e o dinheiro do bolso da população”, complementou.
Por outro lado, o governador do estado, Tarcísio de Freitas, atacou os sindicatos e condenou a atitude dos grevistas.
“É lamentável que a população de São Paulo acorde mais uma vez refém de sindicatos que manobram os trabalhadores do transporte público estritamente por interesses políticos e ideológicos. Uma greve ilegal e abusiva, na qual nem mesmo a decisão da Justiça é respeitada e que tem como real objetivo promover o caos e atrapalhar a vida de quem realmente quer trabalhar por nosso estado”, afirmou Tarcísio de Freitas em suas redes sociais.
