Diadema promove ação para lembrar Janeiro Roxo
Hanseníase pode ser incapacitante e trazer repercussões psicossociais, em decorrência do preconceito. Tratamento é totalmente gratuito e realizado na rede municipal de saúde
Redação
O autocuidado é fundamental para estar alerta sobre algumas doenças que podem demorar a apresentar os primeiros sinais, a exemplo da hanseníase. Para orientar a população, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Diadema realizou nesta segunda-feira (30/01), atividade educativa na Praça Lauro Michels, região central.
A equipe chamou a atenção das pessoas que passavam pelo local, entregou material informativo, orientou sobre sintomas e encaminhou ao serviço de saúde, quando necessário. Maria Jacinta Ribeiro de Sousa, moradora da Vila Conceição, foi abordada pela equipe de saúde e aprovou a ação.
“É importante para a pessoa saber o que é a doença, eu não tinha ouvido falar de hanseníase. Passei aqui e me entregaram esse material (folheto). Aí, a médica viu meu corpo e não tem nada. É legal ter mais ações como essa”.
Além disso, desde o dia 24 de janeiro, Diadema intensificou a busca ativa de pessoas que eventualmente apresentem sintomas sugestivos de hanseníase, em todas as 20 Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade. Neste mês, as ações são intensificadas em razão da campanha Janeiro Roxo e do Dia Internacional do Hanseniano (29), entretanto, a busca ativa ocorre durante todo o ano.
Atualmente, 14 pacientes estão em tratamento na rede municipal. Apesar do número de casos parecer pequeno, a coordenadora da Vigilância em Saúde do município, Cristina Marins, alerta que, se não tratada, a doença pode ser incapacitante e trazer graves consequências para os pacientes e seus familiares.
“Não só pelas lesões que os incapacitam fisicamente, mas pelas repercussões psicossociais, em decorrência de preconceitos, medos e rejeições por parte da sociedade.
As incapacidades físicas nos olhos, nas mãos e nos pés podem ser evitadas ou reduzidas se quem estiver com hanseníase for identificado e diagnosticado o mais rápido possível, tratados com técnicas simplificadas e acompanhados nas questões psicossociais que os serviços de saúde já podem oferecer na Atenção Básica”.
Os principais sintomas da hanseníase são manchas com perda de sensibilidade ao calor, frio, dor ou toque. Quando não tratada, além de afetar a pele (face, olhos, orelhas, nádegas, pernas e costas), pode lesionar nervos, causar dor, inflamação e perda de força muscular.
O tempo entre o contato com a bactéria Mycobacterium leprae e o aparecimento dos sintomas pode ser longo. “A multiplicação do bacilo pode durar entre 11 e 16 dias.
Já o aparecimento da doença na pessoa infectada e suas diferentes manifestações clínicas dependem da resposta do sistema imunológico do organismo atingido e pode ocorrer após um longo período de incubação, entre dois e sete anos”, explica Patrícia da Silva, responsável pelo Programa da Hanseníase na Vigilância Epidemiológica do município.
O tratamento é totalmente gratuito e realizado na rede municipal de saúde. Após 48 horas do início da medicação, já é possível interromper a transmissão da doença, que se dá por gotículas eliminadas por boca e nariz do doente.
Quem possui manchas na pele com alteração de sensibilidade deve procurar a UBS mais próxima para avaliação diagnóstica. Quando há suspeita, a pessoa é encaminhada para realização de baciloscopia e/ou biópsia no Quarteirão da Saúde. Se há confirmação do caso, a pessoa inicia o tratamento e os contactantes pessoas de convívio mais íntimo também são monitorados. Saiba mais em https://portal.diadema.sp.gov.br/diagnostico-precoce-de-hanseniase-e-diferencial-para-tratamento-da-doenca/.
No dia 29 é celebrado o Dia Internacional do Hanseniano, uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) para lembrar os esforços do francês Raoul Follereau, que fundou uma associação de auxílio aos doentes, especialmente em países africanos, nos anos 60.