Homenagem a Advogada e Mãe Maria Francisca Moreira Zaidan

Homenagem a Advogada e Mãe Maria Francisca Moreira Zaidan

Mãe negra criou e educou suas quatro filhas e um adotivo, enfrentando todas as dificuldades e preconceitos que a sociedade impôs. Um exemplo de vida.

Maria Francisca Moreira Zaidan, de Codó cidade do Maranhão, prestes a completar 50 anos, pós-graduada em Direito e Processo do Trabalho e Direito Previdenciário, também Presidente da Igualdade Racial e Inclusão Social da 38a subseção da OAB de Santo André. Triênio 2022-2024 Ativista da causa negra desde 2003. E da questão religiosa de matriz africana desde 2008, exerce o Sacerdócio no Ilé Ané Odé Omi Jadé fundado em 17/05/2017. Mãe de alguns filhos espirituais. Está eleita a Secretária do Combate ao Racismo da Secretaria da Negritude Socialista Brasileira. A advogada engravidou aos 18 anos na esperança de construír uma família, o pai da criança não quis assumir relacionamentos e nem a criança! Em ato contínuo teve um desentendimento com os parentes onde habitava, que para surpresa a jogaram na rua. Ficou sem qualquer amparo, estando gravida. Maria perdeu a mãe aos 2 anos de idade e a avó materna aos 5 anos. Estava cursando o colégio, quando relatou aos professores e amigos que estava rua, todos se comoveram e conseguiu um emprego como doméstica e passou a residir na casa. A mesma tinha uma amiga onde a irmã estava indo para São Paulo e precisando de uma babá, então essa mulher a trouxe para cidade. Trabalhando por quase 2 anos, virou camelô e assim conheceu o pai de sua segunda filha, após ocasiões de agressividade e alcoolismo fugiu de sua casa onde morava com sua primeira filha e o pai de seu bebê que estava na barriga. Em 1997 teve a terceira filha convivendo em uma união estável por oito anos, no entanto o relacionamento não deu certo. Criou as três filhas sozinhas, para trabalhar caminhava do Jardim Stela ao lar de Maria diante sol ou chuva, nunca teve acesso a qualquer auxílio social. Foi garçonete, camelô, diarista e empregada doméstica. Quando já estava no segunda ano da faculdade perdeu o emprego. Passou dificuldade, pediu comida nas igrejas, fez faxina para conseguir dinheiro para concluir a faculdade, entregou a casa onde morava e foi morar de favor. Em 2007 conseguiu o primeiro estágio no Rocha Calderon, através de uma amiga Paloma Ambruzzine, mas, no terceiro exame prestado não conseguiu passar e foi dispensada. Concluiu a faculdade e prestou 10 vezes o exame da Ordem. Em 2010 teve a quarta filha, viveu casada por 13 anos, e se divorciou. Adotou em 2015 um jovem homossexual após sofrer maus-tratos e tentativa de homicídio pelos parentes consanguíneos. Relatou os percalços e trajetória de uma mulher e mãe negra, que para criar e sustentar seus filhos, não medem esforços, inclusive, no preparo para conviver em sociedade desigual, racista, sexista e homofóbica, onde não existe espelho, mães que rezam todos os dias para poder ver seus filhos crescerem, sem que as percam para mundo ou não os vejam exterminados pelo sistema.

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